Autores homenageados 2015

Ana Maria Machado (1941) é escritora e jornalista brasileira. Autora de livros infantis, foi a primeira desse gênero, a fazer parte da Academia Brasileira de Letras. Foi eleita para a presidência da Academia, para o biênio 2012/2013.
Ana Maria Machado (1941) nasceu em Santa Tereza, Rio de Janeiro, no dia 24 de dezembro de 1941. Foi aluna do Museu de Arte Moderna. Iniciou a carreira de pintora, participou de exposições individuais e coletivas. Formou-se em Letras pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Na mesma universidade, lecionou no curso de Letras.
Abandonou a carreira de pintora para se dedicar aos livros. Nos anos sessenta, foi exilada pelo regime militar, indo morar na Europa. Em Paris, trabalhou na revista Elle. Fez doutorado em Linguística, orientada por Roland Barthes.
De volta ao Brasil, Ana Maria retomou o seu projeto de escrever livros infantis. Em 1977, ganhou o prêmio João de Barro pelo livro "História Meio ao Contrário". Em 1979, fundou a primeira livraria dedicada a livros infantis no Brasil, a Malasartes.
Em 1993, foi hors concours do prêmio da Fundação Nacional do Livro Juvenil. Em 2000, ganhou o prêmio Hans Christian Andersen, considerado o prêmio Nobel de Literatura Infantil Mundial. Em 2001, recebeu o Prêmio Literário Nacional Machado de Assis, na categoria conjunto da obra. Atualmente tem mais de 100 livros publicados.
Ana Maria Machado ocupa a cadeira nº 1 da Academia Brasileira de Letras. Foi eleita presidente para o biênio 2012-2013. Foi a primeira escritora de livros infantis a fazer parte da ABL.

Manoel de Barros nasceu em Cuiabá-MT, em 1916. Até os 17 anos viveu entre a casa da família e um internato, onde iniciou os estudos. Sua
vida acadêmica se passou na cidade do Rio de Janeiro, onde ficou até se formar bacharel em Direito, em 1941. Viveu também em Nova Iorque, Paris, Itália e Portugal.
Conheceu Stella, sua esposa e com ela voltou para o Pantanal-MS, para assumir uma fazenda de gado que recebera de herança, passando a dividir seu tempo entre o Rio de Janeiro e o Pantanal.
Ainda que, nesta época, vivesse afastado dos círculos literários, sua poesia já vinha tomando corpo. Em 1970, recebe o Prêmio Orlando Dantas, em Brasília e, em 1980, seu livro Arranjos para Assobio é descoberto e reconhecido pela crítica e pelo público.
Pertencente à geração de 45, onde despontaram os grandes poetas brasileiros da metade do século XX, Manoel constrói uma linguagem inovadora, que chega ao limite da agramaticalidade, cheia de neologismos e, ao mesmo tempo, remetendo a língua portuguesa às suas raízes mais profundas.
A profunda correlação da fala poética com as imagens visuais, vem de sua leitura do Pe. Antonio Vieira: “eu aprendera em Vieira que as imagens pintadas com palavras eram para se ver de ouvir”.
Jorge La Rossa, escritor espanhol e tradutor da obra de Manoel, fala com propriedade de sua criação poética:  “A obra de Barros é inexplicável como o milagre, como qualquer obra de arte quando é genuína. É um poeta por necessidade, por dom ...  Do estado de ruina do mundo, à inevitável fragmentação do sujeito, sua obra reflete o desmoronamento de uma cultura e de uma forma de humanidade.  Seu universo pantaneiro aparece poeticamente filtrado por pontos de vista humanos, animais, vegetais e minerais altamente elaborados: um mundo intocado e profundamente humanizado, um mundo poético, encantado”.
Manoel cria uma relação única com a linguagem e o mundo. Uma linguagem que desobedece, a seu modo, e que tem um mundo concreto que brinca a seu modo.  Enfim, um poeta singular!
“O que escrevo resulta de meus armazenamentos ancestrais e de meus envolvimentos com a vida. Sou filho e neto de bugres, andarejos e portugueses melancólicos. Minha infância levei com árvores e bichos do chão. Penso que a leitura e a frequentação das artes desabrocha a imaginação para um mundo mais puro. Acho que uma inocência infantil nas palavras é salutar diante do mundo tão tecnocrata e impuro. Acho mais pura a palavra do poeta que é sempre inocente e pobre”.  – Manoel de Barros.

Roger Mello - É ilustrador, escritor e dramaturgo. Nasceu em Brasília, em 1965. Ilustrou mais de cem títulos, dezenove deles com textos de sua autoria. Formado em Design pela Esdi/Uerj, trabalhou com Ziraldo na Zappin. Recebeu inúmeros prêmios no Brasil e no exterior por seu trabalho como ilustrador e escritor. É considerado hors-concours pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil, que, além de lhe conceder vários prêmios, indicou-o para o Prêmio Hans Christian Andersen 2010 na categoria ilustrador. Da Câmara Brasileira do Livro, recebeu oito Prêmios Jabuti. Foi premiado pela Academia Brasileira de Letras e pela União Brasileira dos Escritores pelo conjunto de sua obra. Participou de diversas feiras internacionais de livros, como Catalunha, Roma, Frankfurt, Bolonha, Gotemburgo, Brooklyn (Brooklyn Public Library), Sarmede (Le Immagini Della Fantasia), Padova (I Colori del Sacro). Seu livro Meninos do mangue recebeu o prêmio internacional de melhor livro do ano da Fondation Espace Enfants (Suíça) em 2002. Juntamente com outros autores brasileiros, foi homenageado no Escale Brésil do Salão de Montreuil na França, em 2005. No mesmo ano, suas ilustrações sobre os versos populares do livro Nau Catarineta estiveram em exposição itinerante pelas bibliotecas de Paris. Três de seus livros – A flor do lado de lá, Todo cuidado é pouco! e Meninos do mangue – constaram da “lista de livros que toda criança deve ler antes de virar adulto”, publicada pela Folha de S.Paulo em 2007.

 Cora Coralina, pseudônimo de Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, nasceu em 20 de agosto de 1889 na Cidade de Goiás (GO). Começou a escrever muito jovem, porém só publicou o seu primeiro livro – Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais –  aos 76 anos de idade. Considerada uma das principais escritoras brasileiras, Cora Coralina foi uma mulher simples, doceira de profissão, mãe de 6 filhos. Vivendo longe dos grandes centros urbanos produziu uma obra rica em motivos do cotidiano brasileiro, mais precisamente dos becos e ruas da Cidade de Goiás.

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